Bem-vindo ao Edifício JB,
Patrimônio histórico de São Paulo
Ao caminhar pelo calçadão do centro histórico de São Paulo, mesmo em meio a grandes arranha-céus, fica difícil ignorar a presença de um edifício de “apenas” onze andares, na Rua João Brícola, 59, quase esquina com a Rua Boa Vista. Isso porque o prédio traz uma imponente fachada, que desperta curiosidade e convida o observador a uma viagem no tempo.
Formada por duas grandes portas de ferro verdes, a entrada é adornada por molduras quadradas nas cores verde e douradas, clássicos batedores de porta e treze grandes moedas douradas, que se destacam. As peças são representações históricas de moedas antigas do Brasil, reunindo desde moedas de réis do século XI até a moeda de 20 centavos de cruzeiro, da década de 1940.
Essa é a razão pela qual o Edifício JB (iniciais de João Brícola) foi popularmente apelidado de “Casa da Moeda”, mesmo sem nunca ter, de fato, abrigado essa organização.
A seguir você conhece mais curiosidades sobre esse edifício, tombado em 1992 como patrimônio histórico da cidade de São Paulo e, atualmente, restaurado, reaberto e preservado pela B3.
Sobre o Prédio JB
Foram dois anos de construção, entre 1953 e 1955. O prédio, de onze andares, foi construído pela empresa Leandro Dupré Construções. Originalmente abrigou o Banco Itaú S.A., com inauguração em 25 de fevereiro de 1956, como mostra esse recorte do Jornal Correio Paulistano1.
Foi sede do Itaú até meados de 1967. Em julho, após diversas incorporações e aquisições, o banco se mudou para a rua Boa Vista, 176. A partir de então, o prédio abrigou diversas outras empresas, a maioria ligada a serviços financeiros, uma vez que se encontrava em posição privilegiada, no berço econômico da cidade de São Paulo.
1Correio Paulistano. 26/02/1956. p. 5. Hemeroteca Digital. Fundação Biblioteca Nacional.
Mais recentemente, o imóvel sediou o Banco Clássico e o Shopping Galeria Boulevard. Depois disso, ficou abandonado. Até que, em 2019, a B3 adquiriu o edifício e iniciou as reformas como parte das iniciativas de revitalização do Centro Histórico de São Paulo.
Em 2022, a restauração foi concluída e o prédio reaberto pela B3, a bolsa do Brasil, com o icônico salão aberto ao público e os andares superiores destinados a escritórios.
1Correio paulistano Ano 1956\Edição 30645 – http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=090972_10&pasta=ano%20195&pesq=&pagfis=30172.
Acervo em Movimento
A B3 – Bolsa do Brasil abre as suas portas para receber a terceira mostra temporária da série Acervo em Movimento. Durante décadas a B3 reuniu um acervo significativo, que conta com mais de 1.000 obras de 200 artistas brasileiros.
Como forma de enaltecimento da produção artística nacional, a B3 apresenta ao público a sua coleção, através de exposições temporárias que revelam o campo fértil de propostas visuais da arte brasileira dos séculos XIX e XX.
WALDOMIRO SANT’ANNA - COTIDIANOS
A presente mostra Acervo em Movimento: Waldomiro Sant’anna - Cotidianos traz à luz um dos temas que o artista aborda com frequência em suas produções: a vida comum e rotineira do homem. O que as pessoas fazem no dia a dia? O que faz a cidade se movimentar? Como as pessoas se relacionam com o espaço? As 20 obras selecionadas nos convidam a passear por paisagens onde coabitam lazer e trabalho.
Sua arte possui um estilo que pode ser categorizado como figurativo moderno, ou expressionismo lírico, como nomeou Pedro Manuel Gismondi. Sant’anna retrata a simplicidade do fato, com um evidente jogo de luz e sombra. Traz consigo um sentimento de pertencimento e conforto, num tom quase onírico sobre o lugar, onde é possível ver o sutil passar da vida em suas obras.
CURIOSIDADES SOBRE O PRÉDIO
Patrimônio histórico da cidade de São Paulo
O prédio foi tombado em 1992, juntamente com o edifício da Bolsa de Mercadorias & Futuros (atual B3), na Praça Antônio Prado, e a antiga sede do Banco Novo Mundo, João Brícola, 372.
Detalhes dos batedores de porta.
2PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO PAULO. CONSELHO MUNICIPAL DE PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO, CULTURAL, AMBIENTAL DA CIDADE DE SÃO PAULO. Resolução 37/92. Link: https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/upload/d475b_37_T_Vale_do_Anhangabau.pdf.
Ordem das moedas na fachada
As moedas dispostas na fachada representam vários períodos da história monetária brasileira, somando um total de treze reproduções. A disposição de algumas dessas moedas não está 100% correta, ou seja, com os lados de caras e coroas devidamente pareados. No entanto, não há registros conhecidos de possíveis alterações na posição das peças ao longo das décadas. O prédio foi tombado em 1992, juntamente com o edifício da Bolsa de Mercadorias & Futuros (atual B3), na Praça Antônio Prado, e a antiga sede do Banco Novo Mundo, João Brícola, 37.
1Fotos: Acervo B3.
Fachada revitalizada permanece preservada pela B3.
Arquitetura interna
O prédio JB possui não só as fachadas tombadas. Estão incluídas também algumas áreas internas (do térreo até o 2 andar). Toda a arquitetura dessa área foi restaurada, mantendo o desenho original da época.
Salão principal durante a restauração.
Salão principal após concluída a revitalização.
2Fotos: Acervo B3.
Painéis artísticos
De acordo com o jornal Tribuna da imprensa de 27 de fevereiro de 1956, originalmente, o amplo salão de entrada fora ornamentado com oito painéis de Clóvis Graciano sobre a história econômica do Brasil. Desses oito painéis desenvolvidos pelo artista, restou apenas um, que hoje se encontra no 3º andar deste prédio.
Para preservar essa história, a B3 contratou especialistas em restauração. Após um trabalho minucioso, o painel ganhou cores e vida. Como complemento, foi instalada uma estrutura de iluminação para dar ainda mais destaque aos detalhes da obra. Veja a seguir.
Painel remanescente de Clóvis Graciano, antes e durante o restauro.
Painel depois do restauro.
3Fotos Acervo B3.
Cenário de seriado
O edifício é cinematográfico, e isso não é uma figura de linguagem. A rua, a fachada e o saguão principal do prédio serviram de locação para cenas da segunda temporada da série 3%, da Netflix, lançada em 2018.
4Imagens: Reprodução “3%”, Netflix.
Quem foi João Brícola?
João Brícola, que dá nome à rua onde este prédio está situado, foi um expoente membro da colônia italiana de São Paulo. Fez fortuna inicialmente como negociante de gêneros alimentícios, sendo fornecedor de alguns estabelecimentos do Estado. Depois, tornou-se um importante banqueiro.
Faleceu em 1914 e deixou grande parte de sua fortuna e bens para a Santa Casa de São Paulo, instituição da qual foi tesoureiro e grande benemérito. Entre os bens estava o Palacete Brícola, na Praça Antonio Prado. O palacete mais tarde foi demolido, dando espaço ao Edifício Altino Arantes, conhecido no final da década de 40 como Banespão, atual Farol Santander.
Por suas ações de filantropia foi homenageado após a sua morte pela Câmara de vereadores e a Travessa do Rosário passou a ser chamada de Rua João Brícola.
Figura 5 Obra de Nicolo Petrilli, João Brícola, 1914., óleo sobre tela, 120 X 85cm.
OBRIGADO PELA SUA VISITA!
Agradecemos a sua visita ao Edifício JB e por conhecer um pouco mais da história desse patrimônio de São Paulo.
Em um país que se transforma todos os dias, a B3 tem uma responsabilidade que vai além da indução de boas práticas corporativas e do desenvolvimento do mercado de capitais.
Também fortalecemos o Brasil por meio da democratização do acesso à cultura. Nossas iniciativas vão desde o apoio a exposições artísticas e espaços culturais até a preservação do nosso patrimônio arquitetônico, atuando no resgate do Centro Histórico de SP.
É com esse carinho que cuidamos do nosso principal ativo: milhões de brasileiros com compromisso de transformar ideias em ações e atitudes.
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Conheça o Museu da bolsa do Brasil
Gostou de conhecer a história do Edifício JB?
Que tal conhecer agora outras iniciativas da B3 de preservação da memória?
Convidamos você a conhecer o MUB3, o Museu da bolsa do Brasil, a poucos passos do Edifício JB, na Rua XV de Novembro, 275.
O MUB3 nasceu do desejo de se preservar e compartilhar a história do mercado de capitais brasileiro, reunindo um rico acervo que conta a história das bolsas brasileiras, dos investimentos e de seu impacto na sociedade.
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